sábado, 9 de abril de 2011

NOVO SUPLEMENTO NATURAL - MGGQ - GANHOS MAIORES QUE OS ESTEROIDES

Magnésio glicil glutamina quelato...


Sabe o que fez você parar para ler esse artigo? A estratégia de marketing barato alarmista. A industria de suplementos vem fazendo isso ao longo de pelo menos 20 anos. Os efeitos dos anabólicos esteróides no aumento da força e da massa muscular tornaram se óbvios para os atletas desde os anos 50, muito antes que instituições como o “American College of Medicine and Exercise” admitissem. Recordes vem sendo quebrados, no atletismo, natação, levantamento de peso, ciclismo, ano após ano. No entanto, os efeitos colaterais advindos do uso prolongado ou excessivo dessas substancias, sem monitoramento médico, também tomaram a mídia de assalto. A morte súbita de alguns atletas, no auge de seu vigor e forma física tem sido atribuída ao uso não apenas dos esteróides, mas de diuréticos, insulina, ou estimulantes do sistema nervoso central (efedrina), como o caso da velocista Florence, e dos fisiculturistas Mohamed Benaziza e Andréas Munzer.

A busca da pílula mágica que produza o corpo perfeito, sem gordura e denso em massa muscular, é tão antiga quanto a busca do “elixir da longa vida” pelos alquimistas da idade média, e já faz parte do nosso inconsciente coletivo. É explorando a fragilidade de mentes como a sua, que parou pra ler esse artigo, seja por curiosidade ou por realmente acreditar que um suplemento nutricional possa produzir mais resultado que os anabolizantes esteróides, que a industria de suplementos fatura milhões de dólares anualmente.

Os esteróides são drogas, e como tais, conseguem atravessar a membrana das células numa complexa ligação entre receptores, e então ativar o RNA e o DNA, literalmente “ligando um interruptor dentro da célula”, dando início a síntese protéica, que leva a um aumento da massa muscular. Já os suplementos são literalmente carnes e ovos pré-digeridos (no caso de fórmulas de aminoácidos) ou macarrão em pó (no caso de suplementos de carboidratos) grosseiramente falando.

Quando o atleta para de tomar os esteróides, desliga-se então o ”interruptor” dentro da célula, e nesse processo, boa parte da massa muscular adquirida é perdida, pois o mecanismo de manutenção e síntese de proteínas é desfeito com a retirada do hormônio sintético, somado a baixa produção de hormônios sexuais do próprio organismo suprimida temporariamente pelos anabolizantes. Esse fato, faz com quem muitos atletas usem esteróides ininterruptamente durante vários anos, para que nunca percam o que ganharam.

A cada 5 anos, a industria de suplementos produz um novo milagre, propondo que nutrientes em comprimidos, possam provocar o efeito de drogas. Os desavisados compram essas substancias, gastam grandes somas em dinheiro, e quase sempre frustram se com os resultados. Os anos 80 começaram na moda dos aminoácidos, logo depois veio o Cybergenics, com fotos publicadas em revistas americanas, de consumidores comuns, “antes e de depois do uso de Cybergenics”. Em seguida vieram o Picolinato de Cromo, Dibencozide coenzima B12. A partir dos anos 90 popularizaram os anticatabólicos e liberadores hormonais. Substancias como Pro HGH e Acetabolan, pretendiam respectivamente provocar a liberação de hormônio do crescimento e da testosterona, aumentando a massa muscular. Obviamente os efeitos nunca puderam ser provados, porque eles literalmente não acontecem, e os fabricantes desses suplementos jamais conseguiram ter seus pseudo-estudos publicados em qualquer jornal científico indexado e sério!

A ultima novidade popularizada no Rio de Janeiro chama-se MGGQ: “Magnésio Glicil Glutamina Quelato”. A glutamina é um aminoácido que vem sendo muito estudado. Uma busca na Internet em indexadores como o MEDLINE revelará muitos artigos, alguns apontando possíveis benefícios para atletas, e mesmo o seu uso clínico. Já o magnésio é um mineral, disponível através da alimentação e de suplementos em caso de alguma deficiência. O que chama a atenção em relação ao MGGQ são as afirmações absurdas de que o seu uso promoveu resultados maiores que o uso de testosterona em um suposto estudo que envolveu “fisioculturistas”. Nesse estudo 23 “fisioculturistas” foram divididos em um grupo de 12 atletas que utilizaram 2000 mg de testosterona por dia, e um grupo de 11 atletas que utilizaram 240 mg de MGGQ. Ao final de 8 semanas, o grupo testosterona aumentou 3 kg de massa magra, contra 3.2 kg do grupo MGGQ. INFORMACOES CONFUSAS: Em primeiro lugar, o local do estudo, universidade, país de origem não são mencionados no artigo, o que levaria a crer que o mesmo teria sido realizado no Brasil, no entanto ao final do texto, constam alguns nomes sob títulos de “nutricionista” e “farmacêutico”, responsáveis pela tradução, e um “médico”, responsável pela revisão. Se o texto foi então traduzido, em qual revista internacional o mesmo foi publicado? A revista brasileira em que consta essa “tradução’, chama se “Revista de Oxidologia” (abril/maio/junho 2002). O site da mesma apresenta se confuso, links parecem levar a lugar algum, e só existe um telefone para assinatura de revistas, não há qualquer endereço ou email pra contato. Nas referencias que constam ao final do artigo, estudos não publicados são citados, notas sobre patentes mencionadas, e só consta uma única menção diretamente ligada a substancia, que na verdade não é de uma revista cientifica indexada, mas tem o titulo da própria substancia e de uma suposta marca comercial do produto. Os demais artigos citados são notas de livros ou artigos que falam sobre magnésio ou glutamina. Pura enrolação!

TESTOSTERONA: A maior parte dos ésteres de testosterona estão disponíveis apenas em forma injetável. A titulo de curiosidade, o New England Journal of Medicine publicou um estudo no qual a 600 mg de testosterona injetada semanalmente, proporcionou um ganho de 12 kg! (BHASIN, 1996) Nas academias, atletas com mais de 100 kg, quando utilizando altas doses de testosterona tem uma média de 500 a 1000 mg por semana, ocasionalmente acrescida de 200 mg de outra substancia. Isso somaria no máximo 1700 mg por semana, e em 8 semanas produz ganhos médios de 8 a 14 kg! No estudo obscuro, os atletas teriam utilizado 2000 mg POR DIA! Isso totalizaria ao fim de uma semana 14 gramas de anabolizantes! As maiores doses já mencionadas entre os praticantes e revistas técnicas ficam em torno de 6000 mg por semana, e é considerada altíssima, a maior parte utiliza bem menos do que isso. Se algum demente algum dia utilizar 14 gramas de testosterona por semana, ele morrerá em pouco tempo ou terá 250 kg de puro músculo... Piada não é ? Pois é essa quantidade que foi comparada aos 240 mg de MGGQ e produziu apenas 3 kg... Da pra acreditar em mais um novo suplemento ?


obs.: Artigo escrito em 2004, quando o antigo "Jornal do Brasil" publicou em um de seus cadernos uma matéria assinada por um ex fisiculturista sobre o produto milagroso...

obs 2: No PDF que circulava pela rede na época, falava se em 2000 mg/ dia de testosterona, o link atual http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?id_materia=4005&fase=imprime, faz mensão a um artigo que cita o mesmo "estudo" , só que dessa vez com 2 mg... De qualquer maneira, 2 mg diárias estão abaixo da produção endogena que fica em torno de 5 a 7 mg/dia. Se for isso de fato, o unico efeito possível com uma dose dessas é a supressão da testosterona e LH endógenos por uma dose exógena pífia para a observação de efeitos anabólicos. Com 2mg/dia no máximo manteriamos as funções sexuais normais... Caso o estudo realmente tenha existido, não seria nehuma surpresa os menores resultados no grupo testosterona.Lembrando que em grandes jornais como o New England Journal of Medicine, doses de até 600 mg ja foram utilizadas em humanos.

Um comentário:

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