“ deem me uma alavanca e um ponto de apoio, e moverei o mundo” Arquimedes
Num sistema de alavancas, o ponto fixo é fácil de
identificar. No esqueleto são as articulações, que atuam como eixos para que o
músculos movimentem os membros. Nos desenhos animados, é aquela pedrinha
colocada em frente a uma enorme rocha, sobre a qual o vilão encaixa uma longa
haste de madeira para aplicar força e deslocar o pedregulho, iniciando uma
avalanche...
Os powerlifts também possuem pontos fixos, mas pelo menos um
deles, não se relaciona as articulações. Estou falando do ponto para onde você
deveria fixar o olhar, antes de iniciar o movimento, particularmente na puxada
do levantamento terra. Alguns atletas olham para cima, outros para frente, e
outros para o chão. A definição desse ponto fixo “virtual”, é na verdade de suma importância, uma vez que
você puxará a barra para longe dele, tenha ou não consciência disso.
É grande o número de atletas que olha para o alto durante a
execução do levantamento terra. Nos últimos anos, essa posição comum ganhou
críticas entre os “teóricos do exercício”. A alegação era de que olhar para
cima hiperextenderia a região cervical, causando compressão direta sobre os nervos,
inibindo o potencial máximo de transmissão de pulsos nervosos, e com isso,
inibiria a máxima produção de força. Com o uso de um discurso prolixo,
regado a termos anatômicos, essa “teoria” gerou alguns seguidores, embora o seu
pressuposto central, jamais tenha sido testado em laboratório. Aliás, a
biomecânica, particularmente aquela entendida pelos fisioterapeutas e
educadores físicos mais conservadores, está cheia de alegações que constituem
apenas bons modelos teóricos, em outras palavras: hipóteses. No meio científico
criamos hipóteses todo o tempo, mas elas se tornam um “fato científico”, apenas
após serem testadas na prática, e não é isso que se verifica no receituário de contraindicações
dos profissionais de saúde. São Joelhos que não podem dobrar, colunas que só
podem curvar em uma direção, e inúmeros movimentos proibidos sem um contexto...
A melhor inferência biomecânica que podemos fazer em relação
a cabeça voltada para o alto no
terra e no agachamento, é uma diminuição discreta do braço de resistência para
os eretores da coluna e extensores do quadril. É simples: Tudo aquilo que se
projeta para frente da barra, vai aumentar o peso a ser levantado. Simples assim!
Olhar para o alto pode ter outras repercussões. Parte dos
eretores da coluna, tem origem na região cervical, e ao olharmos para o alto,
reduzimos o comprimento desses músculos, o que poderá auxiliar-nos em manter a
coluna vertebral numa posição mais neutra durante a puxada; digo neutra uma vez
que é praticamente impossível manter aquela elegante postura arqueada dos levantadores olímpicos, quando
puxamos pesos realmente pesados e máximos do chão. Indo além, arquear as costas
no início de um terra máximo pode representar um gasto extra e desnecessário de
energia, aumentar o estresse no arco vertebral posterior, além de aumentar a
distancia entre o quadril e a barra...
Olhar para o alto funciona pra todos? Não necessariamente! Como eu disse antes, tenhamos consciência ou não, puxamos a barra para longe do ponto fixo de referencia visual. Ao olhar para o alto, o atleta pode começar a puxada puxando a barra para trás, transversalmente contra as canelas, que ao criar resistência formando outro ponto fixo temporário, pode contribuir pro famoso descompasso do terra, em que o atleta começa baixo mas prossegue com a bunda subindo bem antes que o resto do corpo.
Olhar para o alto funciona pra todos? Não necessariamente! Como eu disse antes, tenhamos consciência ou não, puxamos a barra para longe do ponto fixo de referencia visual. Ao olhar para o alto, o atleta pode começar a puxada puxando a barra para trás, transversalmente contra as canelas, que ao criar resistência formando outro ponto fixo temporário, pode contribuir pro famoso descompasso do terra, em que o atleta começa baixo mas prossegue com a bunda subindo bem antes que o resto do corpo.
E olhar para frente?
Considero essa a posição mais difícil de gerar uma orientação espacial pro
atleta. Tem muita coisa na tua frente: um juiz, cadeiras, o público, um
fotógrafo, etc. Pessoas e objetos se movem, mudam de posição o todo tempo, e
com isso vão se os pontos de referencia, e junto, a tua concentração...
Olhando para baixo
da linha do horizonte, temos a possibilidade de nos mantermos mais
concentrados, e executar simultaneamente a puxada e a extensão dos joelhos, de
forma mais coordenada. Olhar para o alto
pode fazer com que se pense no terra apenas como um agachamento com a barra nas
mãos. Isso pode até ser favorável no sumo, pois devido a abertura das pernas, o
atleta técnico, pode potencializar o uso dos membros inferiores, enquanto no
convencional, “agachar a barra para cima”, pode criar o velho problema do
glúteo que sobe antes do tempo, talvez até porque olhando para o alto, o atleta
tende a sentar mais baixo no movimento; e o terra convencional dificilmente
será um “agachamento com a barra nas mãos”, mas sim uma puxada; com auxílio das
pernas, mas não dominância das mesmas.
Experimentem! Não acreditem apenas nos teóricos do exercício! Mas.., pra cima, para frente ou para os lados, o ponto fixo tem que estar lá... pelo menos se como Arquimedes, você quiser mover o mundo, ou... um mundo de peso no terra!
Experimentem! Não acreditem apenas nos teóricos do exercício! Mas.., pra cima, para frente ou para os lados, o ponto fixo tem que estar lá... pelo menos se como Arquimedes, você quiser mover o mundo, ou... um mundo de peso no terra!
Jeff Lewis, pesando 540 libras...
Bons treinos,
See ya!
A FORÇA É CONSTRUÇÃO DO TEMPO,
Denilson Costa
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